LUÍS ANTÔNIO FERREIRA SOUTO
JÚNIOR - ASSÚ
Luís Júnior, natural de Assú, Estado do Rio Grande do Norte. Nasceu
no dia 18 de março de 1842, sendo filho de ANTÔNIO FERREIRA SOUTO e de ANA
JACINTA SOUTO. Suas primeiras letras foram ministradas pelo professor JOSÉ
FÉLIX DO ESPIRITO SANTO, como também pelo seu avô materno, o Coronel ANTONIO
BARBALHO BEZERRA. Depois, com o padre FRANCISCO THEODÓSIO DE SEIXAS BAILON,
estudou a língua latina. Terminados estes preparatórios, matriculou-se na
Faculdade de Direito de Recife, no ano de 1865, recebeu seu diploma de
Bacharel. Regressando à sua província, entrou na vida pública e na política,
sendo eleito Deputado Provincial para o biênio 1866/1867, tendo sido o seu
mandato renovado nos biênios: 1870/71, 1872/73,1873/74, 1880/81,1884/85 e 1887,
no regime monarquio e no governo de Pedro Velho, legislatura ordinária que se
estendeu até 1884. Ainda no período da monarquia, exerceu a Promotoria Pública
nas Comarcas de Assu e Natal, Juiz Municipal de Órfãos do Temo de São José de
Mipibu, de 1875 e a procuradoria Fiscal do Tesouro Provincial. Fo, já na
República, nomeado desembargador do Tribunal de Justiça, criado pela Primeira
Constituinte, de 21 de julho de 1891, que o segundo Vice presidente FRANCISCO
GURGEL DE OLIVEIRA sem os requisitos necessários, resolveu instalar, o qual foi
pelo Presidente MIGUEL CASTRO dissolvido, voltando o Dr. Souto Júnior para a
sua Comarca, sendo em 1892, removido para Natal, onde permaneceu até o seu
falecimento, ocorrido à Rua da Conceição, no prédio nº 573, no dia 27 de agosto
de 1895. Advogou, por muito tempo, em Natal, “na Nova Cruz Railway Limitada,
pois incorporada à Great Western e agora E. F. Central do Rio Grande do Norte.
Abolicionista, sua presença se fazia sentir em todas as manifestações
literárias de Natal, Macaíba e Canguaretama, tendo conseguido a 12 de fevereiro
de 1888 a libertação de oito escravos do Coronel João Duarte, de Pitibu.
Repentista e pilhérico, entre muitas outras, contam que ele já agonizante, ao
receber o Padre JOÃO MARIA, muito embora fosse um espírito rebelde aos dogmas
da Igreja, mesmo atacado de terrível dispneia, a custo, pois lhe faltava o
fôlego, disse: Ah meu padre... Dê aí um passaporte para o outro mundo... Na Sé,
em Natal ao lado da Capela – Mor, a direita, tem uma lapide com o seu nome.
FONTE – LIVRO DE ASSIS AMORIM